POLÍCIA OSTENSIVA E INVESTIGATIVA
Para Roberto Darós, atualmente, o sistema de segurança pública possui falhas no patrulhamento ostensivo, que não consegue prevenir crimes, situação que se agrava, segundo ele, pelo insignificante índice de resolutividade dos crimes investigados.
“Ficando abaixo de 8% a constatação de autoria e materialidade. Isto significa apenas 5% de denúncias apresentadas pelo Ministério Público, gerando 2% de condenações efetuadas pela justiça criminal. É o império da impunidade e a certeza de que o crime segue uma tendência de aumento exponencial nesse modelo de Segurança Pública ultrapassado e falido”, diz Darós em seu artigo.
FALTA DE ESTRUTURA PARA POLICIAIS E SELETIVIDADE DE CASOS FAMOSOS
O especialista em segurança pública é categórico ao dizer que falta estrutura para os policiais nas delegacias e a consequência é a demora nas investigações, fatores que colaboram para a impunidade dos criminosos e para o aumento dos índices de violência.
Roberto Darós também aponta em seu artigo, que casos de grande repercussão ganham prioridade nas investigações pelos gestores públicos, como reposta a insegurança vivida diariamente pela população.
“Apenas os casos de delitos contra pessoas famosas com ampla repercussão na mídia possuem uma tramitação mais rápida, por escolha discricionária e sem fundamento do gestor responsável pela atividade policial. Isso é um contrassenso e uma violação da cidadania. Todos os atos criminosos devem ser rigorosamente investigados em ordem cronológica dos eventos ocorridos. Não há justificativa social e parâmetro de justiça para deixar de investigar um caso de homicídio em um bairro pobre alegando falta de recursos e mobilizar o reduzido efetivo para solucionar casos famosos”, explicou.
MODELO ULTRAPASSADO E FALIDO
Roberto Darós também destaca que é mentira dos gestores públicos atribuir a crise na segurança a “falta de recursos orçamentários, carência de efetivo policial, deficiências de tecnologias, insuficiência de armas e computadores modernos”.
Segundo ele, o problema crucial é o modelo ultrapassado da estrutura funcional das corporações e a gestão precária da ação policial. Em seu artigo, o pesquisador diz que o modelo que seguimos ainda hoje vem de uma estrutura montada na época do Brasil colônia.
“Essa estrutura colonial permanece até hoje gerando criminalidade e impunidade”, pontuou.
OPINIÃO DO SINDIPOL/ES
A diretoria do Sindicato dos Policiais Civis apoia o artigo e parabeniza Roberto Darós. O presidente do Sindipol/ES, Aloísio Fajardo, lembrou que muitas situações colocadas pelo especialista já foram antecipadas e levadas ao conhecimento do Governo estadual.
“Infelizmente, tivemos poucos investimentos do governo em material humano e tecnológico na Polícia Civil nos últimos anos. Hoje, a Polícia Civil capixaba possui uma defasagem de quase 60% em seu quadro operacional e a necessidade urgente de uma reestruturação” finalizou Aloísio Fajardo.
O artigo de Roberto Darós foi publicado no Portal A Gazeta e em sites de organizações ligadas aos profissionais de segurança pública de todo o Brasil, como a página da Federação Nacional dos Policiais Federais.
Darós é Advogado Criminalista, Mestre em Direito Processual Penal (UFES), Professor de Ciências Penais e Segurança Pública (UVV), e Especialista em Ciência Policial e Investigação Criminal na Coordenação de Altos Estudos em Segurança Pública da Escola Superior da Polícia Federal (ESP/ANP/PF).
Veja aqui o artigo na íntegra.
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