Os dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação (LAI) revelam que 6.693 mortes ainda estão sem respostas em todo o Espírito Santo. Só na Região Metropolitana de Vitória, são 4.238 casos em abertos.
Apesar do empenho e da dedicação dos policiais civis, e do Governo alegar que mais de 50% dos crimes de homicídio são solucionados no estado, para o Sindipol/ES, a conta parece não fechar.
“Os índices de resolutividade de crimes são recortes de um período específico que, certamente, aponta dados mais favoráveis ao Governo. Porém, a reportagem trouxe um número expressivo. São mais 6 mil casos de homicídio em aberto em 10 anos. Mais de 4 mil só na Grande Vitória. Algo está errado e sabemos o que é”, disse Aloísio Fajardo, presidente do Sindipol/ES.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo se refere ao número pequeno de profissionais nas delegacias. Segundo um levantamento do Sindipol/ES, a defasagem no quadro operacional da Polícia Civil capixaba supera 60% em alguns setores.
“E isso reflete diretamente nas investigações. Foram anos investindo na Polícia ostensiva e esquecendo da Polícia judiciária. É a Polícia Civil que investiga, prende e oferece denúncia com provas robustas à justiça. Por isso, o Sindipol/ES tem certeza que o número elevado de crimes sem solução está ligado diretamente ao pequeno quantitativo de policiais civis”, finalizou.
Em 2017, de acordo com informações do Portal da Transparência, o estado possuía 2.241 policiais civis na ativa. Em fevereiro de 2020, esse número já havia caído para 2.039. Para o sindicato, a situação é preocupante.
“Levando em consideração que muitos policiais civis já estão perto de aposentar e alguns anteciparam o processo por causa da pandemia, certamente temos um número ainda menor no quadro operacional da Polícia Civil em 2021. Existem delegacias que registram média de 500 a 600 ocorrências por mês e só trabalham três policiais civis”, finalizou o presidente do Sindipol/ES.
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